Bate à porta um ancião
vendendo flores cultivadas de seu jardim.
- "Essas flores foram criadas e regadas por mim."
- "Nada tenho para lhe dar por isso peço que vá
e esta porta pro senhor irei fechar."
Tão sozinho e entristecido és aquele bom velho.
Nada além de uns trocados ele pedia,
e em troca dava mais cor e perfume pra nossas vidas.
-" Necessidades tenho, mas não é por isso que as vendo.
Não podendo comprar, tenho até prazer em lhe dar."
- "Já disse que não quero, não preciso de flores,
logo depois morrem e me dão tristeza ao vê-las assim."
-" A morte é apenas o destino que nos espera no fim.
As flores é que devem morrer de tristeza por
simbolizarem a morte sem ao menos pedir. Tenha um bom dia!"
O que ninguém sabia era que as flores que vendia
pertenciam a sua amada esposa que falecera
a anos atrás e cansado de chorar olhando
para seu jardim, decidiu se livrar desse fardo
que já por muito tempo carregou.
Algo que pra ele durante muito tempo a morte simbolizou.
Clara Brito.